Jacinto Lucas Pires

[themeum_divider height=”32px”]

Escrevo teatro para pôr as palavras no presente, no mundo, a mexerem-se. Palavras que querem coisas e se espatifam ao comprido. Escrevo teatro porque é o território onde as ideias e as imagens se confundem com mais graça. E escrevo teatro também porque gosto de atores. Eles ensinam-me a escrever — sempre à procura desse lugar onde que tudo é normalmente misterioso e espantosamente claro.

 

[themeum_divider height=”32px”]

Jacinto Lucas Pires nasceu no Porto em 1974. Vive em Lisboa.
Publicou vários livros: Para averiguar do seu grau de pureza (contos, 1996), Do sol (romance, 2004), Perfeitos milagres (romance, 2007), Assobiar em público (contos, 2008), O verdadeiro ator (romance, 2011), Grosso modo (contos, 2016). Acaba de lançar um novo romance, A gargalhada de Augusto Reis.
É autor de dois livros de não-ficção: Livro usado (viagem ao Japão, 2001), e VAMOS, em parceria com o fotógrafo Tiago da Cunha Ferreira (2011). É também autor dos livros infantis do pinguim Quem, em parceria com a ilustradora Sara Amado (2015).
Escreve peças de teatro para diferentes grupos e encenadores: Universos e frigoríficos (1998, APA/CCB, enc. Manuel Wiborg), Arranha-céus (1999, TNSJ/ Teatro Bruto, enc. Ricardo Pais), Escrever, falar (2001, Lilástico, enc. Marcos Barbosa), No fundo no fundo (2002, CAPA/ Lilástico, enc. Marcos Barbosa), Coração transparente (2002, Maus Hábitos, enc. Nicolau Pais), Os dias de hoje (2003, TNSJ/ Lilástico, enc. Marcos Barbosa), Coimbra b (2003, Coimbra Capital da Cultura/ Lilástico, enc. Marcos Barbosa), Figurantes (2004, TNSJ, enc. Ricardo Pais), Os vivos (2007, O Bando, enc. João Brites), Silenciador (2008, Teatro Oficina, enc. Marcos Barbosa), Sagrada família (2010, Culturgest/Viriato, enc. Catarina Requeijo), Tu És O Deus Que Me Vê (2010, Teatro Nova Europa, enc. Luís Mestre), Exactamente Antunes (2011, TNSJ, enc. Cristina Carvalhal e Nuno Carinhas), Cidade Domingo (2012, Teatro Oficina, enc. João Henriques), Adalberto Silva Silva (2012, para Ivo Alexandre), Interpretação (2014, Culturgest/Mundo Perfeito, para Tiago Rodrigues), Libretto (2014, TMMM/CCVF/Ninguém, espetáculo em co-criação com Alma Palacios), Email (2015, Ninguém, enc. Ivo Alexandre), Grande cena (2016, Teatro Oficina, enc. Marcos Barbosa), Henrique IV parte 3 (2016, Ninguém/TNSJ, enc. Jacinto Lucas Pires), Catarina (2016, ACTA, enc. Luís Vicente), Agora (2018, Ninguém, enc. Ivo Alexandre), Aqui somos todos Lázaros (2018, Carpintarias de São Lázaro, para Marcos Barbosa). Escreveu ainda as peças curtas: Luto (2007, O Bando, enc. João Brites), O sutiã de Jane Russell (2007, Artistas Unidos/ Gulbenkian, leitura enc. Jorge Silva Melo), Ténis invisível (2010, Qatrel, enc. Teresa Sobral), Memória 29 (2010, Mundo Perfeito, enc. Tiago Rodrigues), Água benta (2013, TAGV, leitura enc. Nuno Cardoso), Senhora Doutora Cassandra (2013, Cão Danado, enc. Nuno M Cardoso).
Traduziu as peças Thom Pain e Os Dias Realistas de Will Eno, Ácido DesoxirriboNucleico de Dennis Kelly, A febre de Wallace Shawn e O meu jantar com o André de Wallace Shawn e André Gregory.
Escreveu e realizou três curtas-metragens, Cinemaamor (1999), B.D. (2004) e Levantamento (2014), e uma longa-metragem, Triplo A (2017).
Foi-lhe atribuído em 2008, pela Universidade de Bari/ Instituto Camões, o Prémio Europa – David Mourão-Ferreira.
Faz parte, com Tomás Cunha Ferreira, da banda Os Quais.
O romance O verdadeiro ator ganhou o Grande Prémio de Literatura DST 2013.
Este romance foi editado nos EUA com o título The true actor (edição Dzanc Books, tradução de Jaime Braz e Dean Thomas Ellis).
Todas as semanas, na Rádio Renascença, debate com Henrique Raposo sobre temas da atualidade. Tem uma crónica benfiquista no jornal O Jogo. Escreve na secção de cultura do sítio Ponto SJ e no seu blogue, O que eu gosto de bombas de gasolina.

INTERPRETAÇÃO

Joaquim é intérprete nas instituições europeias. Sentado atrás de um vidro, traduz os discursos dos outros. Um dia comete um erro — um errozinho, um pequeno falhanço, coisa mínima — que se transforma num gigantesco malentendido. O quê, a crise da União Europeia é culpa dele, afinal? Será possível? Como é que é, de repente a crise de identidade que o nosso Joaquim atravessa é a crise da Europa?
Um monólogo com oitenta e tal pessoas em palco, teatro da palavra cheio das melhores estatísticas, uma tragédia que é também uma comédia (nunca dá para explicar a coisa toda, assim a seco, nestes textos de apresentação). Eu-tu-ele, Eu-ro-pa.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.